MÉDIA CENTER => Portuguesa => Música => Fado => Tópico iniciado por: fraty em 12 de Dezembro de 2014, 08:40
Título: [CD] João Moura & Luiz Goes - Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty*
Enviado por: fraty em 12 de Dezembro de 2014, 08:40
João Moura & Luiz Goes - Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty*:guit::new:
(http://i.imgur.com/USZPEMz.jpg)
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Album : Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty* Interpretes : Luiz Goes,João Moura,José Santos,Abel Gonçalves,Carlos Carranca Ano : 2005 Género : Canção de Coimbra Ficheiros : 13 Codificação : MP3 Velocidade de Bits : 320 Qualidade : Boa Extras : Sim
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01 - Carlos Carranca & João Moura - Guitarra de Coimbra 02 - Luiz Goes - Não mais repouses 03 - Carlos Carranca & João Moura - Linda Menina 04 - João Moura & Abel Gonçalves - Tributo a carlos Paredes 05 - Carlos Carranca & João Moura - História Encantada 06 - Carlos Carranca & João Moura - João Bagão (no mar da Gala) 07 - Carlos Carranca & João Moura - Versos para uma Guirarra do meu tempo 08 - João Moura & Abel Gonçalves - Crepúsculo 09 - Carlos Carranca - Balada a um Rabelo (a António Toscano) 10 - Carlos Carranca & João Moura - Andam pela Terra os Poétas 11 - Luiz Goes - Agora 12 - José santos - Por ti,fraternidade 13 - João Moura & Abel Gonçalves - Melodia nº2
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Como estamos na altura do NATAL....tomem lá mais uma preciosidade.O ultimo trabalho de Luiz Goes (vivo), na companhia de Moura (um abraço ao presidente de Câmara),Carranca,Gonçalves e Santos. Dou-lhes dois textos,o primeiro vem do diário As Beiras e o segundo do Blog de Carlos Carranca. este é o primeiro. Vinte e dois anos após a gravação do seu último trabalho "Canções para quase todos", Luiz Goes regressa em "Coimbra - espinto e raiz", projecto conjunto de João Moura, Carlos Carranca e José Santos. "Convosco regresso à Coimbra de sempre" escreve Luiz Goes a abrir o livro que acompanha o CD/DVD e que faz a história das três últimas décadas da Canção de Coimbra. Iniciado no longínquo ano de 1982, este projecto da autoria de João Moura é o produto de múltiplas vivências congregadas nos afectos que enraizaram por Coimbra "A voz de Goes estava no meu subconsciente desde o início deste projecto". Aos sete temas da autoria de João Moura e Carlos Carranca, juntam se mais três de Luiz Goes, Edmundo Bettencourt e José Santos. O CD inclui ainda três composições para guitarra e flauta, da autoria de João Moura e Abel Gonçalves, sendo uma delas um tributo a Carlos Paredes. O trabalho é acompanhado de um livro intitulado "Coimbra do meu tempo", onde se transcrevem os poemas cantados e ilustrado com fotografias de Mário Afonso que foi primeiro presidente da secção de Fado de AAC, para além do DVD onde se inclui para alérn de outros,um documentário sobre a obra. Um verdadeiro manifesto sobre a música coimbrã! É esta a proposta que a Coimbra XXI faz a todos quantos apreciam o estilo.
E agora o segundo..... texto de José Henrique Dias no blog de Carlos Carranca....espero que gostem. Coimbra - espírito e raiz. Urna guitarra e uma voz. A guitarra de João Moura, a voz de Luiz Goes. A música de matriz coimbrã, na mais alta expressão, está de volta na raiz e no espírito, profundamente renovada, tocada pelo sopro do génio. Rei Midas que aurifica onde a sua voz ressoa, sentida de um sentir que é irrepetível, onde os anos suportam pela sensibilidade a memória do seu esplendor de outros tempos, Luiz Goes surge a cantar versos de Carlos Carranca e também versos seus e de José Santos num novo objecto de culto que deve ser ouvido, lido e visto para se voltar a sentir a música coimbrã no que pode ter de universalidade. Se os versos de Carlos Carranca, escritos sobre a música, têm a simplicidade que os torna cantáveis sem perda de substância poética, as composições de João Moura acordam em nós ecos da intemporalidade só possível onde a inovação acrescenta e restaura a harmonia apelativa de urna Coimbra que, rnais que um lugar, é algo que anda por dentro de nós, nos habita para nos fazer em cada instante reviver, não o passado morto, mas uma espécie de magia que não se explica por palavras, que só entende quem a viveu nos verdes anos e que assalta os afectos de quem nela não viveu. Ressalta dos dedos ágeis do compositor - intérprete uma musicalidade que inebria e nos comove, anda na voz de Luiz Goes a singularidade de um timbre que ainda que o tempo ocasionalmente toque, intocável permanece a capacidade de dizer as palavras povoadas de sensibilidade e arte, a dimensões só possíveis aos que os deuses sagraram. Ouça-se essa invulgar Guitarra de Coimbra, poema de Carlos Carranca que João Moura modela em harmoniosa e espectacular construção, permitindo nos perceber, se não formos embotados de sensibilidade, o que tem de diferente a música coimbrã, pelo que a reconhecemos aos primeiros acordes, instrumento que mudou de forma e pulmão, que se afinou em outro tom, emancipada em Paredes, rei Artur desse Graal suspenso dos dedos, que esse outro génio Paredes, rei Carlos das dimensões sinfónicas e dignidade orquestral. universalizou: Guitarra longínqua! que tocas por dentro dos muros! as palavras esquecidas do passado.! Voz eterna por dentro de Coimbra! dedilhada por cada homem! que passa e tange! por dentro do sonho! a dança fantástica dos teus dedos. Fantástica é a dança dos dedos de João Moura em todos os arranjos musicais, com a guitarra em melodias diversificadas num sublinhado enriquecedor do canto, como se descobre em “Não mais repouses”, um belíssimo poema desse grande poeta e também cultor da música coimbrã, Edmundo de Bettencourt, um tocante hino à Liberdade a que Luiz Goes confere a força e ternura do que só ele é capaz, reconduzindo-nos ao tempo sombrio em que se apetecia e bebia até à insuportável dor a liberdade. Com lágrimas da noite,/ a flor do amor abriu./ Mas cego, em sua luz,/ o Sol não vence o frio./No florido jardim desta prisão,/ É gelo de ironia a primavera./ Anda ligeiro, não mais repouses, coração,/ que a liberdade sofre e chora à nossa espera. Uma dolência baloiçante entretece a lindíssima balada Linda menina, onde Carranca com inspirada simplicidade nos convoca para as raízes da música coimbrã, com rigor e mestria, num fusional encontro com a composição de Moura, corno os temas dos espaços e das lendas ressurgem numa renovadora respiração em História encantada, Pedro e Inês e amores desventurados, o rio e o sonho revigorados, e nós com os mitos e as lendas embalados no voo de águia da interpretação de Luiz Goes. João Bagão, esse outro mestre da guitarra coimbrã, é evocado na aventura da guitarra, que ele levou tão alto também com Goes, cordas de sonho a voar! alma do povo e do tempo, a guitarra de Coimbra, eterna rapariga, que vibra em nós e nos percorre como a febre, nos aconchega e nos senta no colo de todo o tempo de ficar e partir sempre, nas ondas de uni lamento, e a que chamamos em todas as idades, nas palavras de Carlos Carranca, a nossa mãe antiga, em Versos para uma guitarra do meu tempo, outra das grandes composições deste disco. Não vamos percorrer uma a uma todas as composições deste raro objecto de arte maior onde a poesia e a música se tocam em amor de sangue e carne, e Coimbra se enaltece e se pode rever corri inusitado orgulho. Será preciso ser muito dado à pequenez e às proverbiais invejocas para andar a espiolhar fragilidades sempre presentes em qualquer obra. Venho falando de um disco de música coimbrã onde se sente o trabalho e o amor pelas nossas coisas, e pelo que nele desfrutamos resta-nos sempre glorificar todos os que nele intervêm. Nele, de uma forma assumida de compromisso com a qualidade, Andam pela terra os poetas, revisitam Coimbra e a sua música, poesia nas palavras, na voz, no canto, na guitarra, na viola, ria flauta, tudo plasmado, tudo meticulosamente trabalhado para que a música coimbrã fiel às raízes retome o espírito da inovação e se requalifique, sobretudo não se confunda com algumas aventuras que, pelo rebuscamento, abastardam a essência ao blasonarem renovação. Constituem este magnífico objecto um livrinho de apurado gosto gráfico onde se transcrevem os poemas cantados, e se faz história de uma época em que tudo parecia esboroar-se, e que se ergueu contra tolices datadas pelo esforço de uns tantos, entre eles João Moura, José Santos e Carlos Carranca, que reiteradamente pelos espaços da sua vida profissional continuam a impor, isto é, a lançar verdadeiros manifestos sobre a música de Coimbra Acresce-lhe um DVD em que sabemos da construção do disco, convivemos com os afectos e temos as imagens de gentes e lugares. Um objecto de arte, que urge promover e que é imperdível!
Título: Re: [CD] João Moura & Luiz Goes - Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty*
Enviado por: willow_ em 12 de Dezembro de 2014, 16:19
:natalrenas:Fixe. :obrigado: :love:
Título: Re: [CD] João Moura & Luiz Goes - Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty*
Enviado por: MifPT em 12 de Dezembro de 2014, 16:42
Mais um obrigado, bem merecido.
Cumprimentos, MifPT :love
Título: Re: [CD] João Moura & Luiz Goes - Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty*
Enviado por: jammv24229 em 12 de Dezembro de 2014, 17:40
Obrigado pela partilha.
Título: Re: [CD] João Moura & Luiz Goes - Coimbra,espírito e raíz (2005) *fraty*
Enviado por: Romeo em 17 de Dezembro de 2014, 01:28