Em 2001, três semanas depois da queda da ponte de Entre-os-Rios, um acidente com outro autocarro voltava a ser notícia. Em Santa Comba Dão, 14 pessoas morreram quando o veículo onde seguiam se despistou e caiu por uma ravina. Por trágica coincidência, também regressavam de um passeio a Fátima.
Ao desfazer uma curva, a viatura despistou-se, seguiu em frente e caiu por uma ravina com mais de dez metros. Já era noite e chovia... a visibilidade era reduzida.
Morreram 14 pessoas: o motorista do autocarro e 13 passageiros, todas mulheres, todas vizinhas. Moravam em Travassós de Cima, um lugar às portas de Viseu. Seguiam todos numa excursão que regressava de Fátima e estavam a pouco menos de 50 quilómetros de casa.
Em Travassós de Cima, as horas que se seguiram ao acidente foram de desorientação e ansiedade. Procuravam-se parentes ou amigos. Todos conheciam alguém que seguia no autocarro.
O luto deixou arrasadas várias famílias. O pavilhão dos bombeiros foi transformado em casa mortuária e essa imagem é ainda a mais dolorosa memória que os bombeiros guardam...apesar do cenário que enfrentaram no local do acidente.
O Perdidos e Achados regressou, 11 anos depois, a Travassós de Cima, para saber como é que este pequeno lugar recuperou da tragédia. Voltámos também ao quilómetro fatídico do IP3 à procura de respostas para o acidente e de alterações que previnam outros.