Os Reformados da Investigação

MÉDIA CENTER => Documentários => Filmes => TVRip => Tópico iniciado por: joao16lx em 20 de Janeiro de 2013, 19:21

Título: [TVRip] RTP2 - Mar Português (2009) [PT-PT] *spinky*
Enviado por: joao16lx em 20 de Janeiro de 2013, 19:21
RTP2.Mar.Português.2009.TVRip.XviD-spinky

(http://img710.imageshack.us/img710/5338/marportugustvripxvidspi.jpg)

:info:

Título original: Mar Português
Ano: 2009
Emissora: RTP2
Tamanho: 399 Mb
Duração: 00:51:36
Ficheiro: AVI
Narrado: :pt1:
Video: XviD | 624x352 | 955 Kbps | 25 fps
Áudio: MP3 | 128 Kbps | 48000 Hz | 2 canais
Ripper: spinky

:sinopse:

Gravado no canal RTP2 dia 19.12.2009

Narrado e dobrado em português

Ontem como hoje, o “Mar Português” só existe se for ousadamente conhecido...

Ontem como hoje, o Oceano torna-se uma fronteira de oportunidades e conhecimento. O uso económico do mar deixou de estar centrado na exploração de recursos biológicos e limitado à navegação para pesca e transporte. Mais depressa do que os génios da Guerra Fria conseguiram imaginar, os recursos oceânicos não vivos adquirem uma importância extraordinária. Gás, petróleo, minerais e sulfuretos são produtos-chave da “nova economia marítima”; uma cadeia de valor assente nas potencialidades geradas na ciência e inovação e nos imperativos da sustentabilidade da exploração dos recursos.

A escassez de recursos marinhos, o crescimento da população mundial e o impacto das alterações climáticas obrigam, porém, a admitir os cenários mais sombrios: mais de metade dos recursos piscatórios do Planeta encontram-se ameaçados devido às práticas de pesca excessiva. Os diagnósticos mais alarmantes declaram o século XXI como o último em que as sociedades humanas se poderão alimentar com alimentos selvagens de origem marinha…

A condição de Portugal como Estado costeiro de grandes dimensões, dotado da maior Zona Económica Exclusiva dos países da União Europeia, e a inviabilidade de uma economia marítima centrada na extracção de recursos vivos marinhos – a pesca e indústrias derivadas – impõem uma nova relação com o mar.

A ideia científica de que os Oceanos formam uma única entidade dinâmica ajudou a depor a velha noção de “mar soberano”. Por impulso da Nações Unidas, a antiga identificação dos mares com o território dos Estados-Nação coloniais também soçobrou.

Esta mensagem subtil não chegou, porém, às profundezas da sociedade civil.

A tentativa de definição de políticas de revitalização da economia marítima portuguesa não produziu resultados imediatos nem muito expressivos. O mar continua a significar pouco no conjunto da riqueza criada pelo País: escassos 0.6% do PIB. Decaíram as actividades marítimas tradicionais (a pesca, o transporte de mercadorias e a construção naval), mas surgiram indústrias novas e alternativas, em regra muito exigente em termos de monitorização tecnológica: a aquicultura e a hidrotermia (o aproveitamento da energia das ondas) são as principais.

A dimensão concreta e imaginária do “mar português”, a geopolítica e a capacidade acumulada pela tradição do trabalho no mar têm justificado apelos de regresso ao mar e inspirado diversas teses para uma organização integrada das suas indústrias.

Como aproveitar as potencialidades económicas, ainda pouco conhecidas, da imensa Zona Económica Exclusiva Portuguesa?

Na sua ZZE, o estado ribeirinho possui “direitos de soberania para fins de exploração e de aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar e do seu subsolo. E possui os mesmos direitos quanto à produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos. Além disso, o Estado costeiro possui jurisdição no que se refere a colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas, investigação científica marinha”, protecção e preservação do meio marinho.

Quando invocamos o “Mar Português” talvez já não falemos do mar imaginado que Fernando Pessoa decantou no seu inolvidável poema… O mar como palco da odisseia histórica dos portugueses persiste nas narrativas ficcionais e no imaginário colectivo, mas exprime-se, cada vez mais, num culto nostálgico da memória das grandes fainas marítimas.

Importa evitar que Portugal e o Mar quebrem a sua aliança poética, quase mítica e bem alojada no imaginário colectivo. Mais importante, porém, será que o “Mar Português” deixe de ser uma referência identitária vaga e pouco mais que lírica; uma ideia conveniente, mas incapaz de colocar e vencer desafios concretos.

Ontem como hoje, o “Mar Português” só existe se for ousadamente conhecido.


:screenshots:

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:download:

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