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Mulheres só não entram (ainda) nas forças especiais
« em: 21 de Setembro de 2010, 08:52 »
Forças Armadas  portuguesas têm 14% de mulheres num universo de 39 mil militares em exercício de funções. Portugal  é um dos membros da NATO com mais efectivos femininos.


A história da tenente Jordan O’Neil, protagonizada por Demi Moore, no filme GI-Jane de Ridley Scott, ainda não tem nenhum caso parecido em Portugal.  Porque  não há mulheres nas  unidades especiais das Forças Armadas.

A entrada não lhes está vedada, mas o grau de exigência das provas físicas e o reduzido número de candidaturas poderá explicar a ausência feminina nestas tropas.

A selecção natural determinada pelo factor físico é apontada como relevante pelo comandante Ramos de Oliveira, assessor das Relações Públicas do Comando do Estado-Maior General das Forças Armadas.

“São forças com critérios muito exigentes no plano físico, mas há ainda factores de resistência cultural,  e também é provável que as mulheres não concorram muito”, acrescenta Helena Carreiras, socióloga do ISCTE.

O panorama é bem diferente nas tropas regulares. Embora o acesso à carreira castrense em Portugal tenha sido mais tardio do que noutros países-membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a recuperação foi rápida e em Julho deste ano,  nos três ramos havia 5425 (13,83%) em 39215 efectivos, sendo a Força Aérea, o ramo mais apelativo com 16% de mulheres.

“Portugal encontra-se já entre os países da OTAN que têm mais mulheres militares ao serviço”, refere a docente. Atrás dos EUA (com 200 mil), Canadá (6.700) e França (10.600).  A adesão feminina explica-se pela possibilidade de prosseguir os estudos e de ter  um emprego estável, permitindo ainda que as desempregadas possam garantir, em caso de divórcio,  a tutela dos filhos.

Predominando nos cursos do ensino superior - excepto nas Engenharias - “o posicionamento em cargos de comando será uma tendência crescente”, diz ao JN, Maria Carrilho, professora catedrática do ISCTE. As licenciadas poderão ainda preencher a necessidade das Forças Armadas em ampliar a  base de recrutamento, já que a redução anual do número de candidatos tem-se agravado.

Como revelou  na apresentação de um estudo em Maio deste ano, Luís Baptista, da  Universidade Nova de Lisboa, a predisposição para ingressar nas Forças Armadas caiu de 52,8% (2007) para 38,9% (2009).

Para inverter a tendência de afastamento, Paulo Portas decidiu envolver os jovens no Dia da Defesa Nacional - cujas celebrações arrancaram ontem, segunda-feira, - e Severiano Teixeira alargá-lo, a partir de 2010,  à participação feminina.

www.jn.sapo.pt