É o valor mais alto dos últimos doze anos. O crédito malparado voltou a aumentar em julho, atingindo valores que não se verificavam desde julho de 1998, segundo o boletim estatístico do Banco de Portugal divulgado ontem. As famílias têm em atraso o pagamento de 4,09 mil milhões de euros, o que corresponde a 2,91 por cento do total dos empréstimos concedidos pela banca. O segmento onde se notam mais dificuldades é o crédito ao consumo, cujo malparado ascendeu aos 7,86%. No caso das empresas, os números não são mais animadores. Em julho, registou-se o nível de incumprimento mais grave desde dezembro de 1998, ao representar 4,66% do total dos empréstimos concedidos. Já a concessão dos empréstimos às famílias diminuiu. Em julho, a banca emprestou para a compra de casa menos 30 milhões do que no mês anterior, num total de 975 milhões. No caso do crédito ao consumo, o valor emprestado baixou para 327 milhões, menos 29 do que em junho.
Depósitos aumentam
Numa altura em que se começa a sentir alguma dificuldade no acesso ao financiamento do Banco Central Europeu (BCE), os bancos estão a beneficiar de um aumento nos depósitos das empresas e das famílias. O montante é o mais elevado dos últimos quatro anos, ao entrarem 17,49 mil milhões de euros nos cofres da banca, mais 22,7% do que em junho.