Com duas provas para terminar a época no Mundial de Turismos, Tiago Monteiro está a fazer a sua melhor temporada na categoria. Em Valência, no passado fim-de-semana, o piloto português voltou a estar em foco, ao levar o seu Seat Leon TDI à vitória na segunda corrida do programa, sendo 6.º na primeira, o que lhe permitiu voltar ao 5.º lugar da classificação num competitivo WTCC.
“A época está a correr muito bem. É a temporada que me está a correr melhor no WTCC. Este ano temos marcado pontos em quase todos os fins-de-semana. A nível de performance e de consistência tem sido muito bom. Obviamente que ainda posso chegar ao 3.º lugar, mas também posso baixar para o 10.º. Está tudo muito apertado, tudo pode acontecer”, afirma o portuense, de 34 anos, salientando a diferença dos carros de turismo em relação aos monolugares que o levaram à Fórmula 1: “É uma mentalidade completamente diferente. Num monolugar, o que é difícil é atingir o limite do carro. Aqui o limite do carro atinge-se facilmente. O difícil é estar no limite durante uma prova inteira.”
Monteiro assume a vontade de se manter ao serviço da equipa ligada à marca espanhola: "Quando se sai da Fórmula 1, as possibilidades de um piloto correr em campeonatos profissionais, com envolvimento dos construtores e onde se pode viver da profissão, não são muitas. Por isso, quando fiz esta aposta, não foi uma coisa para um ano ou dois. A ideia era manter-me vários anos. Agora depende também das oportunidades. Espero continuar, acho que a Seat também quer, é uma questão de decidirmos qual vai ser o investimento que é preciso fazer e eu ver se isso é bom para o meu futuro. A vontade é continuar, mas está tudo em aberto ainda.”
Ocean
Paralelamente à carreira de piloto, Tiago Monteiro assume outros projetos e a equipa Ocean Racing Technology, com a qual participa no campeonato GP2, é um dos destaques. “É uma coisa completamente diferente. Aí não estou a guiar, estou a transmitir a minha experiência, o meu ‘know how’, como gestor e piloto”, adianta, confirmando tratar-se de “uma visão a longo prazo”.
“Quero continuar a pilotar, espero que por muitos mais anos, mas surgiu esta oportunidade e decidi agarrá-la”, acrescenta, lembrando que o ano está a ser complicado, face à inexperiência dos pilotos da equipa, o britânico Max Chilton (19 anos) e o suíço Fabio Leimer (21). Também por isso não desdenharia poder voltar a contar com Álvaro Parente, que já correu pela Ocean. “Qualquer piloto com experiência e rápido seria excelente para nós, e se fosse português ainda melhor. Tanto o Álvaro como o Filipe Albuquerque são os dois que têm essa capacidade para estar àquele nível. Estão ambos no patamar certo, é uma questão de arranjar soluções.”
Ocupado
Fora da pista, Tiago Monteiro tem ainda outras preocupações e promete não abrandar. “Faço comentários na Sport TV, quando posso, e é algo que quero continuar a fazer. Estou também a gerir a carreira do António Félix da Costa. Está a correr bem, é um piloto com grande talento”, revela, reconhecendo ser difícil conciliar tanta coisa: “Sempre consegui gerir muitas coisas ao mesmo tempo. Isso não me assusta. Porém, o dia só tem 24 horas, há um limite. E sou pai de dois filhos também. Eles viajam bastante comigo, mas gostava de estar mais tempo com eles...”
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