Autor Tópico: Morreu Ariel Sharon  (Lida 1137 vezes)

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Morreu Ariel Sharon
« em: 11 de Janeiro de 2014, 16:26 »


Antigo primeiro-ministro israelita estava há oito anos em coma.

Ariel Sharon, antigo primeiro-ministro e bulldozer da política israelita, morreu neste sábado, oito anos após sofrer um acidente vascular cerebral que o deixou em coma.

A notícia foi confirmada pelo Hospital Tel Hashomer, nos arredores de Telavive, para onde o antigo comandante militar e líder da direita israelita tinha sido transferido. "Ele já não está connosco. Partiu quando quis", disse Gilad Sharon, um dos seus dois filhos, numa declaração aos jornalistas à porta do hospital.

O estado de saúde de Sharon, que desde 2006 estava “estado vegetativo persistente”, degradou-se no início deste mês, com vários órgãos vitais a entrarem em falência. "Os médicos que o tratam e os familiares que o acompanham notaram uma mudança para pior. Todos crêem que se trata de uma grave deterioração", anunciou o director do hospital, no passado dia 2. Já nesta semana, a situação agravou-se e os responsáveis clínicos admitiram que a morte de Sharon, de 85 anos, era "uma questão de dias".

Nestes anos, o ex-chefe de Governo foi tratado em vários centros médicos e até chegou a passar uma temporada no seu rancho do deserto do Negueve. Há um ano, os médicos detectaram um aumento da actividade cerebral, mas o chefe de guerra nunca voltou a estar consciente.

Numa primeira reacção à sua morte, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que "Sharon desempenhou um papel central na batalha pela segurança de Israel, desde os primórdios. Foi primeiro, e sobretudo, um bravo soldado e um reconhecido líder militar, um dos maiores comandantes do Exército". "A sua memória ficará para sempre no coração da nação", acrescentou aquele que é um dos seus herdeiros políticos.

"Arik [outro dos cognomes do ex-primeiro-ministro] amava o seu povo e o seu povo amava-o. Foi um dos grandes defensores e arquitectos de Israel, que nunca conheceu o medo e a quem nunca faltou visão", acrescentou o Presidente israelita, Shimon Perez, que foi seu adversário político.

No espectro oposto, o louvor dá lugar ao repúdio, por um homem que foi odiado como nenhum outro pelos palestinianos. "Este é um momento histórico", reagiu o movimento islamista Hamas, no poder em Gaza, referindo-se ao "desaparecimento de um criminoso com as mãos cobertas de sangue palestiniano". Jibril Raboub, dirigente da Fatah, que governa a Cisjordânia, denunciou também o antigo líder israelita como "um criminoso" que "deveria ter comparecido no Tribunal Penal Internacional para responder pelo assassínio de [Yasser] Arafat".

Guerras e conflitos
O AVC que deixou Sharon em coma aconteceu a 4 de Janeiro de 2006. Um mês antes, tivera um ataque menor, “um leve derrame cerebral”. No seu último ano de actividade, no seu segundo mandato como primeiro-ministro, o campeão dos colonatos surpreendeu o mundo e a direita ultranacionalista de Israel com a retirada da Faixa de Gaza, após 38 anos de ocupação. 2005 foi também o ano em que abandonou o partido Likud e fundou o Kadima – tinha marcado eleições antecipadas e parecia caminhar para a reeleição quando foi hospitalizado.

A retirada de Gaza é um dos legados que deixa à história de Israel, a par da desastrosa invasão do Líbano em 1982, ofensiva que planeou com o objectivo de liquidar a Organização de Libertação da Palestina (OLP) de Yasser Arafat, mas que ficará para sempre associada aos massacres falangistas nos campos de refugiados de Sabra e Shatila.

Nascido na Palestina em 1928, foi soldado desde a adolescência, lutou em todas as guerras até então – na dos Seis Dias (1967) conquistou o Sinai, na do Yom Kippur (1973) atravessa o Suez e cerca do Exército egípcio, mudando o curso do conflito.

Depois disso foi ministro em vários Governos, um dos grandes promotores da colonização dos territórios ocupados e, depois de uma travessia no deserto, acabaria em 2001 por ser eleito primeiro-ministro. Um ano antes, ainda líder da oposição, visitou o Haram al-Sharif, solo sagrado para os muçulmanos, que os israelitas apelidam de Monte do Templo, numa provocação que desencadearia a Segunda Intifada palestiniana. A implacável repressão da contestação palestiniana, incluindo o cerco a Yasser Arafat no seu quartel-general de Ramallah, marca os seus anos no Governo, numa rota que romperia inesperadamente em 2004, pouco antes da sua “primeira morte”, ao anunciar no Parlamento que, até ao fim do ano seguinte, não restaria "um único judeu em Gaza".

NSkynet

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Re: Morreu Ariel Sharon
« Responder #1 em: 12 de Janeiro de 2014, 12:50 »
Obrigado pela boa noticia...