O primeiro-ministro acusou este sábado Pedro Passos Coelho de ter um comportamento "impróprio" de um líder político e defendeu que o que foi revelado sobre as conversas que os dois tiveram mereceu a concordância de ambos.
A posição de José Sócrates foi transmitida à agência Lusa, em Nova Iorque, onde hoje discursará na 65.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Na sexta-feira à noite, em Ponta Delgada, Pedro Passos Coelho, reagindo a anteriores declarações feitas pelo primeiro-ministro sobre o teor das conversas que tiveram esta semana relativamente ao Orçamento do Estado para 2011, disse que, para futuro, só voltaria a reunir-se com José Sócrates com testemunhas ao pé.
"Foi com muita estupefação que ouvi a reação do primeiro ministro e nunca pensei ter de dizer o que vou dizer: que não haverá nenhuma outra ocasião no futuro em que o líder do PSD volte a conversar em privado com o primeiro-ministro sem que existam outras pessoas que possam testemunhar a conversa", frisou o líder social democrata em Ponta Delgada.
Horas depois, em declarações à agência Lusa, José Sócrates repudiou o teor das palavras proferidas pelo presidente do PSD.
"Tomo as declarações do líder do PSD pelo que são: um agravo pessoal absolutamente inadmissível e injustificável", disse.
Depois, José Sócrates referiu a sua versão sobre o que foi acertado esta semana nas conversas que teve com Pedro Passos Coelho sobre o Orçamento do Estado para 2011, que acabaram com o líder do PSD a recusar uma negociação prévia em relação à proposta do Governo.
"Das conversas que mantive com o líder do PSD revelei apenas e só o que ambos concordámos que fosse tornado público. As suas declarações [de Pedro Passos Coelho] são impróprias de um líder político com responsabilidades", acrescentou.