Comecei a comer francesinhas em finais de 77 (tinha eu 15 anos), no Café Jesuíta, nas Caldas da Saúde, Sto Tirso. Eu estudava no INA (o famoso colégio das Caldinhas - Instituto Nun'Alvres, onde estudei de 1973 a 2000. Na década de 50 chegou a ser um dos mais famosos da Europa e tinha cerca de 700 alunos internos de todo o país e das famílias mais ricas)
https://institutonunalvres.pt/o-ina/https://institutonunalvres.pt/ https://sites.google.com/colegio-inmaculada.org/hacia-una-ciudadana-global/instituto-nunalvres-col%C3%A9gio-das-caldinhas-portugal No final das aulas ia sempre comer lá uma francesinha e beber uma caneca de cerveja. Naquela altura custava 12,50$, se a memória não me atraiçoa. (o equivalente a 7 cêntimos, na atualidade).
No Porto também as comia no Mucaba à entrada de Gaia, no CUFRA, na avenida da Boavista, no Porto e no Capa Negra. Todos estes locais ainda estão abertos e fazem as melhores francesinhas. Claro que há muitos outros locais no Porto e e na periferia, mas para mim os melhores locais são os que referi. Já me falaram muito bem de outros locais, mas nunca lá fui comer nenhuma. Para mim as do café Jesuíta, nas Caldas da Saúde são as melhores e ainda são feitas da mesma maneira e com os mesmos ingredientes que há 45 anos atrás. O segredo não está só no molho, mas também na qualidade de todos os ingredientes e na linguiça, que muitos substituíram por outras coisas e acabaram por estragar o sabor tradicional. O bife e o fiambre são muito importantes, mas não podem de forma nenhuma descurar na qualidade do queijo, mas a grande maioria esqueceu isso e só se interessam em ganhar muito dinheiro. Tenho muitos cafés perto de casa a fazer as ditas francesinhas e até há um que as faz num forno de lenha, mas os ingredientes não são os tradicionais, apesar de não serem más de todo. É como comer o Leitão à Bairrada, feito com ingredientes diferentes dos verdadeiros da Bairrada e que acabam por mudar o sabor, embora a assadura e o peso sejam muito importantes. Tal como o amigo
bairradino sabe, eu morei 3 anos na Bairrada e por isso sei bem o que falo. Há 2 restaurantes aqui perto de minha casa que assam muitos leitões todas as semanas e aprenderam na Bairrada todos os segredos. Até os fornos são iguais e usam os porcos bisaros para a criação dos leitões. No entanto eu sei que por vezes aldrabam e metem leitões de outras raças misturados. O sabor e a estaladura da pele estão muito próximas, mas muitas vezes nota-se que são um barrete. Por vezes assam leitões durante toda a noite nos diferentes fornos, e em cada um metem 5 leitões se não estou em erro. Depois de assados vão para uma estufa para não arrefecerem, mas ficam a recozer lentamente e isso estraga tudo. A industrialização estragou isto tudo e é por isso que por vezes têm encomendas de 140 leitões para determinados dias e para fornecer para os casamentos. Quem assa apenas uns 5 por dia, assa na hora e não começa a assar 12 horas antes da hora da entrega. Quando os vão buscar estão quentes, mas estiveram a recozer durante muitas horas e não o sabem. Para quem não sabe eu vou dar uma dica: a melhor forma de aquecer o leitão é em "Banho Maria" e não num forno, ou no micro ondas.
Partilhem as vossas opiniões, pois, também são importantes e acrescentam sempre algo ao diálogo e não fico sozinho na conversa.
