O primeiro-ministro José Sócrates lamentou, ontem, que o PSD tenha recusado o convite do Executivo para negociar previamente o Orçamento de Estado (OE) para 2011 e deixou um aviso: o Governo não continuará em funções se o orçamento for rejeitado.
“Quando um Governo não tem um Orçamento aprovado também não tem condições para governar, ainda para mais na atual conjuntura”, afirmou Sócrates, sublinhando que “o país beneficiaria com uma negociação prévia”. Questionado se vai haver aumento de impostos, o primeiro-ministro admitiu que se tal vier a acontecer poderá ser mais justo do que colocar em causa a saúde e educação, recusando-se fazer a redução do défice só com corte na despesa. “Caso venha a revelar-se a necessidade de aumentar impostos, se isso for mais justo do que reduzir despesa...”, declarou, sem concluir a ideia.
Entretanto, o PSD aliou-se ao PS e CDS no chumbo ao voto de protesto apresentado pelo PCP com o apoio do BE a repudiar a imposição do “visto prévio” da União Europeia aos orçamentos de cada Estado-membro.
Coincidência ou não, um dia depois de o PS ter anunciado o falhanço das negociações com o PSD, o Presidente da República, Cavaco Silva, convocou os partidos com assento parlamentar para discutir a situação política, económica e social do país. As audiências realizam-se na próxima terça e quarta-feira.
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