Grupo De Acção Cultural - Pois Canté!! (LP) (1976) *fraty*Interprete : Grupo De Acção Cultural
Album : Pois Canté!!
Released: 1985
Genero : Intervenção
Ficheiros : 12
Codificação : MP3
Velocidade de Bits : 320
Qualidade : Boa
Extras : Sim
Lado A
01 - Pois Canté!
02 - Cantiga Sem Maneiras
03 - A Herdade Do Val Fanado
04 - Cantiga Do Trabalho
05 - Coro Das Maçadeiras
06 - Maria
Lado B
01 - Olha O Sol A Pôr
02 - As Mãos Dos Trabalhadores
03 - Coro Dos Trabalhadores Emigrados
04 - Ir E Vir
05 - Cantar Da Jorna
06 - Casas Sim! Barracas Não!
https://www.youtube.com/watch?v=rvK4ZBltwUY&feature=youtu.be As palavras são de Fernando Magalhães (O seu a seu dono),e saíram numa edição do Jornal Publico em Dezembro de 1995.
“No calor da luta, forja-se a união, rebenta a fúria de esmagar as cadeias para sempre…” É o “leitmotiv” deste manifesto marxista-leninista-maoísta que, dois anos após o golpe de Abril, abalou a música popular portuguesa e permitiu a explosão de projectos como Almanaque, Raízes e Brigada Victor Jara. No interior da capa, a toda a largura, o grafito “Liberdade, paz, pão, terra, independência” sintetiza a mensagem política veiculada por este projecto nascido das cinzas do anterior e efémero Colectivo de Acção Cultural (CAC). José Mário Branco, o seu mentor, assumia-se então como “comissário político do GAC”, representante da UDP, numa altura em que a política se sobrepunha à estética nos objectivos do grupo. Mas se “mais política e menos arte” era o mote, tal não impediu que “Pois Canté!” se preocupasse com o rigor formal, resultado, aliás, de centenas de sessões de “canto livre” realizadas ao vivo logo a seguir ao 25 de Abril de 1974. Ombreando com os corais colectivos onde o mais importante era o grito de alerta ao povo, destacam-se temas como “Pois canté!”, com sopros arranjados por Luís Pedro Faro e voz de José Mário Branco, “Cantiga sem maneiras”, vocalizado por Toinas sobre um “ronco” de gaita-de-foles, “Cantiga do trabalho” e “Coro dos trabalhadores emigrados”, todos da lavra de J.M.B., e o belíssimo “Ir e vir”, composto e vocalizado por João Lóio. “Pois Canté!” abriu ainda o caminho para a integração da música tradicional num contexto mais socializado, de braço dado com o canto revolucionário. O álbum sucede a “A Cantiga é uma Arma”, primeiro disco de longa duração do grupo, onde estão recolhidos todos os temas dispersos até essa altura em “singles”. E se disparos poéticos como “Casas sim! Barracas não! As casas são do povo! Abaixo a exploração!” dificilmente atingem hoje o alvo, não é menos verdade que nenhum outro grupo, antes e depois do GAC, teve a coragem e a frontalidade de o dizer.