Tivoli 62 (2015) 


Artistas: Vários
Nome do Álbum: Tivoli 62
Ano: 2015
Tamanho: 130 MB
Formato: Mp3
Velocidade de Bits: 320Kbps
Fonte: WEB-Rip
Editora: EVC
Capas: Frente
Género: Fado...
CD: 1
Faixas: 16

Do precioso trabalho de pesquisa que Frederico Santiago tem vindo a fazer no espólio de Amália Rodrigues emerge esta pequena pérola.
É uma homenagem, em encontro de fadistas e amigos, a um dos seus expoentes na época, o fadista e também animador e gerente artístico Filipe Pinto (1905-1968).
Gravado no Tivoli lisboeta por Hugo Ribeiro, na noite de Novembro de 1962 (a sessão não pôde prolongar-se mais, por em seguida ir começar na mesma sala a sessão de cinema das 21h30!),
este encontro de vozes célebres foi um abraço a um Filipe Pinto já debilitado pela doença.
Este cantou apenas um fado, Desespero, dando-lhe apesar de tudo o brilho do seu estilar,
logo após o actor Rogério Paulo ter lido dele um duro e comovente retrato, escrito pelo médico de Filipe Pinto
(“És meu doente e não gosto de ti”, começava, para depois explicar porque gostava tanto ou mais dele do que todos os outros seus amigos, que eram muitos).
O resto tem a força e a emoção de um abraço: Fernando Farinha, voz poderosa, em Dois fados
(Coimbra e Lisboa entrelaçadas em altiva rapsódia) e Guitarra triste; Lucília do Carmo, expressiva e sentida, em Loucura e Olhos garotos; Alfredo Marceneiro,
no seu estilo inigualável de cantar como se rezasse, em Cabelo branco e Eterno bailado; e, por fim, Amália, pouco antes da edição de Busto,
a mostrar em coloração e extensão de voz todo o seu esplendor: Estranha forma de vida (sim, as palavras são dela mas a música é de Marceneiro),
Cansaço, Madrugada de Alfama, um sublime Povo que lavas no rio, Um fado nasce, Espelho quebrado, Lá porque tens cinco pedras e Maria Lisboa, num final apoteótico e febril.
Impossível ouvi-la sem um arrepio, até porque podemos imaginar a sala, o público, tudo aquilo que a gravação omite em imagem mas expõe na delicadeza do som.
Não sendo este um disco de Amália, acaba por sê-lo pelo intuito (terá sido ela a sugerir esta homenagem), pelo calor do fado e pelo registo,
ao vivo e em Lisboa (o que era raro, já que ela passava nesse altura quase todo o tempo em palcos internacionais), de vários fados de Busto.
E se ela se enganou logo no início de Um fado nasce (de Alberto Janes), que aqui teve estreia absoluta, foi divina logo em seguida, em Espelho quebrado de David Mourão-Ferreira e Alain Oulman.
Se quiserem sentir o fado ao vivo tal como era cantado nos alvores dos anos 1960, este disco é obrigatório."
Nuno Pacheco 
01. Fernando Farinha - Dois Fados
02. Fernando Farinha - Guitarra Triste
03. Lucília Do Carmo - Loucura
04. Alfredo Marceneiro - Cabelo Branco
05. Alfredo Marceneiro - Eterno Bailado
06. Lucília do Carmo - Olhos Garotos
07. Rogério Paulo - Apresentação De Filipe Pinto
08. Filipe Pinto - Desespero
09. Amália Rodrigues - Estranha Forma De Vida
10. Amália Rodrigues - Cansaço
11. Amália Rodrigues - Madrugada De Alfama
12. Amália Rodrigues - Povo Que Lavas No Rio
13. Amália Rodrigues - Um Fado Nasce
14. Amália Rodrigues - Espelho Quebrado
15. Amália Rodrigues - Lá Porque Tens Cinco Pedras
16. Amália Rodrigues - Maria Lisboa


